Descerrando o mês em que Ponta Grossa completa os seus 199 anos, Liana Justus nos presenteou com um passeio pela sua genealogia paterna e abriu caminhos para diversas vivências musicais entre os acadêmicos e convidados da reunião ordinária do mês de setembro.
Historiadora de formação, Liana iniciou sua fala apresentando a trajetória dos alemães do Volga, desde o século XVIII e os pormenores que chegam até a presença seu avô, Felipe Justus Junior (1884-1973) em Ponta Grossa. Entomólogo, poliglota, sócio-fundador do Centro Cultural Euclides da Cunha e patrono da cadeira nº 17 da Academia de Letras dos Campos Gerais, deixou sua marca nas pesquisas e coleções de insetos que estão presentes na região dos Campos Gerais. Concluindo a primeira parte da apresentação, Liana falou sobre seu pai, o contabilista, músico e poeta Oldemar Justus (1922-2006), autor de diversos livros, como Feito Pássaro (1984), Ecos & Silêncios (1988) e Tempo Breve (1993).
A união entre sua formação em história, o bacharelado em piano e todas as suas vivências musicais junto ao seu pai, fundamenta o sucesso de Liana na condução de palestras sobre apreciação musical e formação de plateia, tendo mais de uma dezena de livros publicados na área.
O percurso escolhido perpassou a história da música através de exemplos musicais com o que há de melhor na performance mundial. Rompeu-se o silêncio com a obra “Dança do Sabre”, do armênio Khachaturian e o icônico “Tico-tico no fubá”, de Zequinha de Abreu, com a magnífica execução da Orquestra Filarmônica de Berlim, sob regência de Daniel Barenboim; em seguida, a distinta plateia ouviu a “Partita Nº 2”, de Johann Sebastian Bach, com a pianista argentina Martha Argerich. Com o propósito de uma reflexão sobre a relação entre a expressão da palavra e música, entoou-se o poema “An die Freude” (Ode à Alegria), de Friedrich Schiller, através do coro final da “Nona Sinfonia”, de Ludwig Van Beethoven, sob a regência do maestro Gustavo Dudamel. Numa verdadeira aula de organologia e audição ativa, Liana apresenta o conceito de concerto sinfônico e as infinitas possibilidades de diálogos entre os instrumentos musicais durante a execução da “Quinta Sinfonia” de Piotr Ilitch Tchaikovski.
Finalizando a exposição, entrou em cena o pianista brasileiro Estefan Iatcekiw, com a performance do terceiro movimento do “Concerto Nº 3 para piano e orquestra”, de Sergei Rachmaninoff, durante as audições do Concurso Internacional de Piano Rachmaninoff, realizado em junho deste ano, no Grande Salão do Conservatório de Moscou, no qual o referido pianista ficou entre os finalistas.
Não há dúvidas de que Ponta Grossa respira mais música depois desta noite, despertando entre os presentes o desejo de conhecer mais sobre esta manifestação artística, que, como bem coloca a palestrante convidada, é a “rainha de todas das artes!”.
Dualidade
Notas musicais e fonemas
Ligações, sílabas
Frases, versos
Movimentos, poemas
Obra, livro.
Som e palavra,
Sinfonia perfeita!
Nota da secretaria: Douglas Passoni de Oliveira é o Segundo Ocupante da Cadeira Nº. 8 da Academia de Letras dos Campos Gerais, cujo Patrono é Bento Mossurunga, Fundador, Oney Borba e Primeiro Ocupante, Wilson J. Comel. Felipe Justus Júnior é Patrono da Cadeira Nº. 17, cujo Fundador é Valdomiro Burko e Primeiro Ocupante, José Ruiter Cordeiro. Oldemar Justus é o Segundo Ocupante da Cadeira Nº 30 da Academia Paranaense de Letras, cujo Patrono é Emiliano Perneta. Fotos de Luísa Cristina dos Santos Fontes, Fundadora da Cadeira Nº. 5, cuja Patrona é Anita Philipovsky. A Academia de Letras dos Campos Gerais integra o Observatório da Cultura Paranaense.